Henrique & Hernane: Do Apadrinhamento de Leonardo ao Mistério do Álbum Perdido de 2000
A história da música sertaneja é feita de grandes sucessos, mas também de mistérios fonográficos que só o garimpo de colecionador consegue desvendar. A trajetória de Henrique & Hernane é o exemplo perfeito de como o talento e o apadrinhamento de peso podem esbarrar nas reviravoltas do mercado de gravadoras.
A Formação e o Elo de Sangue com a Estrela
A dupla nasceu em 1998, fruto de um encontro em Goiânia. Henrique (Marcos Aurélio de Souza), goiano e professor de violão, uniu sua técnica à de Hernane (Hernane Marques Júnior), natural do DF e formado em conservatório.
O que muitos não sabem é que o "pé quente" da dupla vinha de berço: Hernane é irmão de Andréa Mota, esposa do cantor Leonardo. Foi o próprio Leonardo quem apadrinhou os rapazes e sugeriu o nome artístico de Henrique. Esse elo fica evidente nos agradecimentos do encarte de 2000, com uma menção carinhosa a Andréa e a Leandro (in memoriam).
O Álbum de 2000: Um Sucesso Sem "Pai" no Digital
No ano 2000, a dupla lançou o que seria seu maior triunfo comercial. Impulsionado pelos hits "Carminha" e "Levanta esse deitado", o disco levou a dupla aos maiores programas de TV do país. No entanto, este álbum tornou-se um item perdido:
Conflito Editorial: Embora biografias citem lançamentos pela Warner, a prova física do meu garimpo revela que ele foi distribuído pela Abril Music sob licença da Anhanguera Discos.
O Limbo da Abril: Com a falência da Abril Music em 2003, o catálogo ficou em um limbo jurídico.
A Raridade: A integridade do álbum original de 2000, com sua ficha técnica de elite e o selo de 50 anos da Abril, só existe para quem possui o CD físico.
A Estética: Dance, Forró e a Influência Pop Country
As faixas "Carminha" e "Levanta esse deitado" carregam uma estética audaciosa para a época. Elas misturam o forró com elementos de dance music, criando uma batida com uma levada pop country que dominava a virada do século.
Essa sonoridade remete diretamente à estética do remix feito por Dudu Marote para "Pé de Bode" (Cezar & Paulinho) no fim de 1998, que inseriu o sertanejo nas pistas com arranjos eletrônicos e modernos. No disco de Henrique & Hernane, essa mistura é refinada no Studio Melody, em Goiânia, com a coordenação de Jairo Góes e músicos do primeiro escalão como Amim (Acordeom) e Elsinho Araújo (Cavaquinho).
O Veredito do Gazeta do Som
Após o auge, a dupla seguiu gravando, chegando a lançar o primeiro "Luau Sertanejo" do Brasil em 2007, mas sem o mesmo impacto nacional. Desde 2019, Henrique & Hernane estão em silêncio fonográfico. Para o garimpeiro musical, o álbum de 2000 permanece como uma cápsula do tempo: um disco que o streaming esqueceu, mas que a nossa vitrola (e o nosso blog) insiste em lembrar.
Redação e apoio na pesquisa: Gemini. Texto criado com IA, baseado em pesquisa no site Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira (link do artista), dados biográficos presentes na Apple Music (link da dupla) e o encarte do CD.
01. Carminha
02. Levanta Esse Deitado
03. Jogo de Sinuca
04. Quebra Esse Silêncio
05. Mulher Amada
06. Não Durmo Sem Ela
07. Axé e Viola
08. Forró do Limpa Banco
09. Com a Cara e a Coragem
10. A Dança do Cowboy
11. Loucura e Desejo
12. Lenha na Fogueira
13. Você Vive em Mim
14. Volta

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