André Martins: Da Estrada de Taubaté ao Refinamento do Álbum "Brechó"
Natural de Taubaté (SP), André Martins iniciou sua trajetória musical precocemente. Aos 13 anos, já percorria a estrada tocando em bandas de baile, uma escola rigorosa que lhe deu a versatilidade vocal e a resistência técnica necessárias para enfrentar qualquer palco. Nessa fase, a prioridade era ajudar a família humilde, e a música era seu principal instrumento de trabalho.
Em 2005, André conquistou o Brasil no palco do Programa Raul Gil ao apresentar algo inédito para os calouros da época: o Country Americano. Com seu violão inseparável e chapéu, ele interpretava clássicos de bandas como Alabama e Garth Brooks, sagrando-se campeão em uma final histórica que lhe garantiu o contrato com a gravadora Luar Music.
O Disco "Brechó" e a Metáfora da Panela
Três após a vitória, foi lançado o álbum Brechó (2008), distribuído pela Sony BMG. Embora o disco apresentasse um cantor técnico e impecável, os bastidores revelavam um conflito artístico. André revelou anos depois que o projeto foi uma imposição da produção, descrevendo a experiência como estar "dentro de uma panela": se não dançasse conforme a música, o fogo aumentava. Ele optou por não "pular na quentura" e preservar sua essência, o que levou ao engavetamento de seu projeto autoral de Country Rock na época.
Uma Obra de Arte Técnica
Apesar do descompasso com a indústria, o resultado sonoro de Brechó é extraordinário. Com produção de Gil Jr. e Djalma Wolff, o álbum é um deleite para os ouvidos:
Curadoria de Clássicos: A abertura com "Uma Música Lenta" (sucesso de Lilian) mostra a sofisticação dos arranjos.
O Selo Dominguinhos: O mestre Dominguinhos participa com seu acordeon nas faixas 02, 08 e 11, elevando o disco a um patamar histórico.
Identidade nas Cordas: O próprio André gravou as guitarras e violões, garantindo sua marca em cada faixa.
Sotaque Country: Mesmo em um disco de releituras, André trouxe sua essência através de instrumentos típicos do Country, como o Steel Guitar e o Dobro (violão ressonador de som metálico), tocados por mestres como Adair Torres e Álvaro Gonçalves.
O Doutor e a Verdade Artística
Após esse período, André seguiu um caminho de amadurecimento raro. Tornou-se Doutor em Música pela USP, atuou e produziu trilhas sonoras para o cinema regional e acompanhou grandes ícones, sendo guitarrista de Fafá de Belém por uma década.
Hoje, André Martins celebra sua liberdade. Em 2024, gravou um novo projeto audiovisual focado em Flashbacks e Pop/Rock Internacional, finalmente entregando ao público a sonoridade que sempre amou. No Instagram (@andremartins.cantor), ele mantém vivo o contato com os fãs, onde a "verdade artística" finalmente ocupa o lugar das imposições de mercado.
Texto criado com ajuda do Gemini, com informações do Blog Calouros do Raul Gil, do Soundcloud do músico e do podcast Vale Uma Prosa, Edição #83 e informações do encarte do CD.
01. Uma Música Lenta
02. Qualquer Jeito (It Should Have Been Easy)
03. A Noite Mais Linda
04. Meu Primeiro Amor
05. Vou Tirar Você Desse Lugar
06. Te Amo, Que Mais Posso Dizer (More Than I Can Say)
07. Vem Morena
08. Meu Velho (Mi Viejo)
09. De Que Vale Ter Tudo na Vida
10. A Namorada Que Sonhei
11. Santa Maria do Brasil (Maria De La Mer)
12. Festa de Campeão
13. Nos Faz Sonhar
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