Marco André Siso de Oliveira nasceu em Belém do Pará em 22 de abril de 1963. Em 1985, mudou-se para o Rio de Janeiro.
Como instrumentista, ele atuou em gravações de CDs de Beth Carvalho, Escolas de Samba do Rio de Janeiro, Claudio Nucci, Celso Viáfora, Jane Duboc, Sebastião Tapajós e de vários artistas independentes. Como compositor, tem músicas gravadas por diversos intérpretes, como Jane Duboc, Leila Pinheiro, Paulo César Feital, Fátima Guedes, Grupo Exaltasamba, MPB4, Dominguinhos do Estácio e Vital Lima.
Cantor, compositor, arranjador, instrumentista e produtor cultural, Marco André teve seu primeiro álbum, “Olhar e Segredo”, lançado em 1990, pela gravadora Continental. Este álbum, que contou com as participações de artistas respeitáveis como Leila Pinheiro e Flávio Venturini, continha a canção “Meu Bem, Meu Mal” de Caetano Veloso, tema de abertura da novela de mesmo nome da Rede Globo. Em razão disso, o artista teve sua primeira projeção nacional. Entretanto, ao promover o artista, a gravadora Som Livre grafou o nome incorretamente como "Marcos André" na trilha sonora da novela. Tal erro não apenas prejudicou a arrecadação de direitos autorais da canção, mas também o link correto do artista com o álbum Olhar e Segredo.
Musicalmente, o álbum Olhar e Segredo apresenta influências que, em certos momentos, remetem à sonoridade do Clube da Esquina e, em outros, lembram a vertente do Centro-Oeste brasileiro, como os goianos Marcelo Barra, Maria Eugênia e Orlando Morais e até mato-grossense Almir Sater. Sua linha de MPB se assemelha bastante àquela seguida pelo amazonense Vinicius Cantuária na década de 1990. Em outra ocasião, ao ser procurado por mim, que demonstrei interesse em remasterizar o LP, o músico chegou a questionar o motivo do interesse pelo disco, demonstrando certo afastamento, um desejo de renegar seu trabalho de estreia no mercado fonográfico.
De fato, é como se Marco quisesse afirmar que não precisava da lembrança da música que contém o tema de novela para provar que chegou longe. Aos fatos:
Em 2000, participou do Festival da Música Brasileira (Rede Globo), com sua composição “Terra à vista” (em parceria com Alfredo Oliveira e Paulo César Feital).
Em 2002, lançou a coletânea “Marco André 20 anos”.
Em 2004, o músico lançou o álbum "Amazônia Groove", pelo qual recebeu, no ano seguinte, o Prêmio da Música Brasileira e o Prêmio Cultura da Música como melhor cantor regional. Além disso, o álbum foi destaque da revista do Reino Unido "fRoots Magazine" (1979-2019), um guia europeu completo de World Music, que o considerou um dos 10 melhores álbuns do ano de 2005.
Marco também possui músicas em importantes coletâneas internacionais de países como Inglaterra, Japão, Portugal e Itália, além de ter faixas do CD Amazônia Groove numa coletânea chamada "Tom da Amazônia", em homenagem a Tom Jobim, distribuída no mundo inteiro.
O artista possui 6 trabalhos autorais, entre eles o DVD "Beat Iú", dirigido por Roberto Talma. Em 2019, ele fez a direção musical do filme "Amazônia Groove", inspirado em seu álbum de 2004, pelo qual o filme recebeu o prêmio de melhor fotografia do SXSW, em Austin, EUA.
A remasterização deste disco busca não só a reparação de uma grafia que manteve a crença de que aquele Marcos não seguiu carreira, mas também mostrar o quão bom o trabalho de estreia foi e trazê-lo à luz para o público. Uma gestão de carreira acertada teria feito com que mais canções ganhassem destaques em folhetins com temática regional. Próximo a Meu Bem Meu Mal, por exemplo, havia a concorrente Pantanal na TV Manchete, onde suas canções se encaixariam perfeitamente como trilha sonora de qualquer personagem ou locação, e, mais adiante, a novela Ana Raio e Zé Trovão. Este erro da indústria, contudo, foi a mola propulsora para que Marco André provasse, com seus anos de trajetória na música, que é muito mais do que uma boa canção para tema de novela.
Para a remasterização ocorrida em 23/11/2023, usei a agulha Ortofon MKII Concorde Mix. Dois anos depois, reprocessei o áudio no MVSep DeNoise, garantindo melhor resultado sonoro.
01. Meu Bem Meu Mal
02. Olhar Cigano (part. esp. Flávio Venturini)
03. Presságio
04. Esfinge
05. Batom
06. Olhar e Segredo
07. Tudo o que É Meu
08. Aritmética Fria (part. esp. Leila Pinheiro)
09. Coisas de Urano e Juventude
10. Carnal

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