Exibida entre julho de 2006 e março de 2007, Bicho do Mato marcou uma fase de consolidação da teledramaturgia da RecordTV, ainda em plena retomada do gênero iniciada em 2004. Com 211 capítulos, foi um remake da novela homônima exibida pela Rede Globo em 1972, adaptado por Cristianne Fridman e Bosco Brasil, sob supervisão de Tiago Santiago e direção geral de Edson Spinello. A trama rural, que se expandia para a cidade grande, rendeu à emissora bons índices de audiência no horário nobre — e também uma trilha sonora que misturava influências regionais, pop contemporâneo e baladas românticas.
A seleção apresentada aqui é fruto do cruzamento de fontes confiáveis, como o site Teledramaturgia (link AQUI), que trabalha com registros audiovisuais e escutas feitas diretamente durante a exibição original, e até mesmo publicações no Wikipedia (link AQUI). Muita coisa circula de forma equivocada na internet. Por exemplo, a faixa “Unwritten”, de Natasha Bedingfield, aparece erroneamente creditada a um grupo fictício chamado Deevas. A suposta participação dos Mutantes em uma música de Zé Alexandre não existe — e o Teledramaturgia ainda afirma que seriam Os Morenos, grupo já dissolvido à época. Ainda mais fantasiosa é a lenda de que existiria um CD oficial da novela com André Bankoff na capa e produção de Daniel Figueiredo. Esse CD jamais foi visto, nem em mídia física, nem digital. As faixas atribuídas a ele — como “Terra Alta” (Alexia Bomtempo), “Unwritten” (Deevas), “Roleta” (Banda DS) e até o tema de abertura com participação de Sérgio Reis — simplesmente não estão disponíveis para audição em lugar nenhum.
A seleção apresentada aqui é fruto do cruzamento de fontes confiáveis, como o site Teledramaturgia (link AQUI), que trabalha com registros audiovisuais e escutas feitas diretamente durante a exibição original, e até mesmo publicações no Wikipedia (link AQUI). Muita coisa circula de forma equivocada na internet. Por exemplo, a faixa “Unwritten”, de Natasha Bedingfield, aparece erroneamente creditada a um grupo fictício chamado Deevas. A suposta participação dos Mutantes em uma música de Zé Alexandre não existe — e o Teledramaturgia ainda afirma que seriam Os Morenos, grupo já dissolvido à época. Ainda mais fantasiosa é a lenda de que existiria um CD oficial da novela com André Bankoff na capa e produção de Daniel Figueiredo. Esse CD jamais foi visto, nem em mídia física, nem digital. As faixas atribuídas a ele — como “Terra Alta” (Alexia Bomtempo), “Unwritten” (Deevas), “Roleta” (Banda DS) e até o tema de abertura com participação de Sérgio Reis — simplesmente não estão disponíveis para audição em lugar nenhum.
A abertura verdadeira, “Retratos do Brasil”, foi composta por João Caetano e gravada com Sérgio Reis, possivelmente criada exclusivamente para ser tema da novela. A versão exibida sofreu alteração de versos por imposição da alta cúpula da Record — então sob forte influência da Igreja Universal. O trecho “gira o leite, o mel, muda de nome os orixás…”, que fazia referência ao sincretismo religioso brasileiro, foi substituído por “e de norte a sul cabe um sertão dentro de mim”, atenuando o impacto cultural da letra. Como a música já havia sido lançada previamente no álbum Retratos, com a letra original, João Caetano optou por não dar publicidade à versão modificada, talvez para não contradizer sua trajetória artística. O resultado? A canção que embalou diariamente a abertura da novela foi, por anos, varrida da internet — sem lançamento oficial, sem crédito e sem rastro. Até este resgate. A gravação incluída aqui segue a versão original de 2005, com arranjos preservados e a frase íntegra — como foi concebida, publicada pelo próprio autor no YouTube. A partir dela, realizei tratamento de áudio.
Também foram restaurados os áudios de “Me Namora” (Edu Ribeiro), resgatada em MPEG 192 kbps, e “Roleta”, do grupo Dominus — erroneamente atribuída a outra banda em algumas listas. A música “No Rastro da Lua Cheia”, pertencente ao álbum Pantanal Music, foi escolhida como tema principal, enquanto outras faixas foram propositalmente deixadas de fora para evitar redundância — como “Lua Nova”, “Maneira Simples” e “Serra de Maracaju”. Já “Amor Distante”, supostamente gravada por Dablio & Daniel com participação de Almir Sater, simplesmente não existe.Casos curiosos também aparecem entre as complementares: “Underneath”, do Hanson, foi usada oficialmente, mas outras faixas listadas em fóruns são pura invenção. “Coração de Mulher”, atribuída a Jane Duboc, e “Primavera del Amor”, a Alexandre Arez, jamais foram gravadas. “I’ll Be”, de Doug Wayne, também soa apócrifa — esse cantor teve apenas uma faixa (“Showing”) usada em Amor e Intrigas, e nunca mais foi localizado no mercado fonográfico.
O destaque vai para a faixa “Me Joga na Parede, Me Chama de Lagartixa”, frequentemente atribuída ao delírio coletivo de “Zé Alexandre & Os Mutantes”. Na verdade, trata-se de uma canção vencedora do 15º Festival Moenda da Canção (2001). A história de que teria sido lançada no disco Pra Zé Cantar, com arranjos psicodélicos e “clima Mutantes”, é pura lenda urbana.
O destaque vai para a faixa “Me Joga na Parede, Me Chama de Lagartixa”, frequentemente atribuída ao delírio coletivo de “Zé Alexandre & Os Mutantes”. Na verdade, trata-se de uma canção vencedora do 15º Festival Moenda da Canção (2001). A história de que teria sido lançada no disco Pra Zé Cantar, com arranjos psicodélicos e “clima Mutantes”, é pura lenda urbana.
Entre os registros mais importantes resgatados nesta curadoria está “So Right, So Wrong”, interpretada pela banda Conttato, composição de Sérgio Carrer (Feio), por ser tema romântico do personagem Juba e por ter tocado bastante na Rádio Transamérica Hits. Merece destaque também a faixa “Outro Dia”, da banda Mahais, que está hospedada em quatro plataformas digitais — embora funcione plenamente apenas no iTunes, onde pode ser comprada. Sinal de sua publicação autorizada, ainda que de forma limitada. E, por fim, “Do Muito e do Pouco”, dueto de Oswaldo Montenegro e Zé Ramalho, foi extraída direto do CD A Partir de Agora (2005), pelo meu amigo Ricardo Riolino (Comunidade CDteca), substituindo a versão com qualidade lossy presente nas plataformas digitais.
Outras faixas foram confirmadas por fãs atentos que reconheceram temas de personagens, como “Coração Bandoleiro”, de Chico Salles, com forte identidade rural — entre outras que foram selecionadas por sua relevância estética e contextual.
Outras faixas foram confirmadas por fãs atentos que reconheceram temas de personagens, como “Coração Bandoleiro”, de Chico Salles, com forte identidade rural — entre outras que foram selecionadas por sua relevância estética e contextual.
A trilha aqui reunida evita essas armadilhas e foca em registros reais, com artistas que realmente participaram da trilha musical — seja de forma memética ou diegética — em Bicho do Mato. São 18 faixas resgatadas, algumas remasterizadas manualmente, com base em fontes confiáveis e, acima de tudo, ouvidas na novela — sem invencionices.
Faixas:
01. Retratos do Brasil - João Caetano
02. Me Namora - Edu Ribeiro
03. Roleta - Dominus
04. Mulher de Hoje em Dia - Alexandre Pires
05. Unwritten - Natasha Bedingfield
06. Déjà Vu - Pitty
07. Os Dias - Reação Em Cadeia
08. No Rastro da Lua Cheia - Almir Sater
09. Verdade - Alex Góies
10. Do Muito e do Pouco - Oswaldo Montenegro & Zé Ramalho
11. Saudade Morena - Rionegro & Solimões
12. Zóio Preto Matador - Chico Lobo
13. Sexo e Luz - Gal Costa & Lokua Kanza
14. Outro Dia - Mahais
15. So Right, So Wrong - Conttato
16. Underneath - Hanson
17. Paixão Bandida - Sergio Santos & Francis Hime
18. Coração Bandoleiro - Chico Salles
Para baixar em FLAC (Lossless), clique AQUI.
Excelente, trabalho, meu amigo, parabéns!
ResponderExcluirFicou bom mesmo, eu devo reconhecer isso!
ExcluirAbraço!